O Instituto Dr. José Frota (IJF), o maior centro médico de urgência e emergência de Fortaleza, vem sofrendo desabastecimento de medicamentos, materiais e insumos considerados básicos e essenciais para o atendimento de ocorrências. Por inúmeras vezes, o Sindicato dos Médicos do Ceará denunciou a situação e cobrou as providências à superintendência do hospital e à Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza (SMS) por meio de ofícios e reuniões.
A problemática vem ocorrendo de forma recorrente, pelo menos desde 2022, quando o Sindicato dos Médicos foi acionado pela categoria e denunciou a situação ao Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE). A denúncia, inclusive, tornou-se Inquérito Civil de nº 06.2023.00001182-8, destinado a apurar a ocorrência de danos efetivos ou potenciais a direitos ou interesses difusos, coletivos ou individuais.
No entanto, embora seja de ciência dos gestores, nenhuma medida foi tomada no sentido de conter a falta contínua desses insumos e medicamentos, prejudicando o atendimento aos pacientes, e ensejando dos próprios médicos comprarem os materiais necessários para prosseguirem com os tratamentos.
Entre os itens em falta, estão: fio nylon duplo, utilizado para fechar a parede abdominal; luvas cirúrgicas; dipirona, esparadrapos, fenoterol ou outro beta 2, para tratamento de broncoespasmo; antipsicóticos, para agitação; antibióticos; sabão e álcool em gel.
Campanha
No dia 02 de maio deste ano, o MPCE realizou acordo com o IJF para resolver o problema de desabastecimento de medicamentos e insumos em três meses.
Em resposta à ausência de providências pelo poder público, o Sindicato dos Médicos lançou, nesta quinta-feira (4), uma campanha para que a população tome conhecimento dos problemas enfrentados pelos pacientes e profissionais do IJF, ressaltando que a falta de um item básico pode ser fatal.
A campanha iniciou com uma ação em frente ao hospital, com a entrega de panfletos e cartazes de alerta. “Estamos pedindo para a prefeitura e sensibilizando a população, porque aqui está faltando itens básicos para o atendimento. Para se ter uma ideia, o paciente fica internado e tem que ficar trocando de antibiótico para finalizar o tratamento. Isso é um pedido de socorro para que a prefeitura se sensibilize e cuide do IJF, para a gente atender adequadamente a população”, afirma Dr. Edmar Fernandes.
O presidente do Sindicato dos Médicos, Dr. Max Ventura, também alerta que a falta contínua desses itens básicos, além de prejudicar o tratamento e cirurgias dos pacientes, provoca desgastes entre os profissionais, que não conseguem exercer suas atividades adequadamente. “Lamentamos que essa situação esteja se prolongando e reforçamos nosso posicionamento de que a ausência de um simples material pode ser fatal na vida de alguém”, enfatiza.
O Sindicato dos Médicos do Ceará reitera que a garantia de medicamentos e insumos deve ocorrer de forma imediata, sem reincidências, para que nenhum paciente corra riscos.
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Fonte: Comunicação do Sindicato dos Médicos do Ceará
