Em nova Assembleia Geral Extraordinária (AGE) realizada nesta segunda-feira (19), o Time de Resposta Rápida da Santa Casa da Misericórdia de Fortaleza deliberou pela manutenção da paralisação dos atendimentos. A partir de hoje, os profissionais não admitirão novos pacientes.
Na última quinta-feira (15), uma assembleia já havia sido realizada e os médicos decidiram pela paralisação devido à situação salarial de atraso que iniciou em novembro de 2023, se arrastando pelos meses seguintes, incluindo fevereiro, que até o momento segue sem previsão de recebimento.
Além disso, os profissionais também reclamaram da falta de repasse do FGTS, cujo último depósito ocorreu em 2019. No mesmo dia, o Sindicato dos Médicos do Ceará encaminhou ofício ao provedor da Santa Casa informando sobre a decisão dos profissionais e que a paralisação iniciaria 72 horas após o recebimento do documento.
“Durante a assembleia, foi informando aos profissionais sobre as diversas tratativas com o provedor da Santa Casa para tentar solucionar a demanda o mais breve possível. Diante do exposto, ficou então deliberado que o Sindicato iria buscar o Ministério Público e o Ministério Público do Trabalho para tratar sobre o quão prejudicial será o fechamento da Santa Casa para a população, assim como sobre a deficiência no pagamento dos profissionais”, destaca Dr. Leonardo Alcântara, presidente do Sindicato dos Médicos.
Resposta da Santa Casa
Na última sexta-feira (16), a Santa Casa enviou ofício ao Sindicato dos Médicos reconhecendo as dificuldades para realizar os pagamentos em atraso. Segundo o documento, as emendas parlamentares estão enfrentando dificuldades burocráticas para serem liberadas. Apenas R$ 2 milhões foram liberados no dia 02 de janeiro, faltando ainda R$ 14 milhões.
O documento também diz que a Santa Casa é a mais prejudicada dentre as filantrópicas por ser um hospital 95% SUS e ter mais de 70% de suas cirurgias na modalidade média complexidade, cujos valores estão defasados em pelo menos 220%.
A Santa Casa também ressaltou que, para além das referidas emendas, aguarda a definição final sobre as emendas da bancada federal, e em termos municipais, vários vereadores indicaram emendas em R$ 3,32 milhões.
Além disso, destacou que está desenvolvendo um plano econômico e encaminhando consultoria para que o hospital busque sustentabilidade financeira pela via da inovação.
Apesar de reconhecer que não há como garantir qualquer proposição no momento em termos de prazo, a Santa Casa garantiu que solicitou modificação no Plano Operativo para permitir prioridade ao pagamento dos salários assim que o restante das emendas parlamentares for liberado.
O Sindicato dos Médicos do Ceará reafirma seu compromisso com a categoria e reitera que segue à disposição para tratar sobre quaisquer problemas que envolvam o exercício da profissão médica.
Fonte: Comunicação do Sindicato dos Médicos do Ceará