Sindicato dos Médicos oficiou, nesta quinta-feira (26), o secretário de saúde de Fortaleza, dr. Galeno Taumaturgo Lopes, e a diretora-presidente do Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH), dra. Virgínia Angélica Silveira Reis, solicitando esclarecimentos acerca da situação emergencial na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Itaperi.
De acordo com informações, a UPA Itaperi tem passado por uma reforma que foi classificada como “emergencial” pela direção da unidade, desde o dia 20 de outubro de 2023. No entanto, os resultados dessa reforma têm impactado negativamente na prestação de assistência médica aos pacientes, bem como na segurança e bem-estar dos profissionais de saúde que ali atuam.
A reforma tem causado transtornos diante da modificação da sala de espera dos pacientes no corredor da unidade. Isso tem permitido que os pacientes tenham livre acesso a todos os recintos do local.
A entidade recebeu relatos de um incidente ocorrido no plantão do dia 21 de outubro de 2023, no qual um paciente com indicação de sutura, e em estado de sangramento, adentrou na copa, que é o único local destinado às refeições dos funcionários, em busca de orientação sobre o atendimento.
Além do livre acesso dos pacientes, os profissionais de saúde estão sendo frequentemente submetidos a diversas formas de agressões verbais e ameaças. Desde a mudança dos fluxos de ida e vinda na unidade, os médicos têm se visto obrigados a vigiar seus passos, inclusive em atividades cotidianas, como idas ao banheiro, deslocamentos para bebedores e internações de pacientes.
“Essa situação é inaceitável e coloca em risco a segurança de pacientes e profissionais. Isso afeta diretamente o trabalho dos médicos na unidade de saúde e, consequentemente, a qualidade no atendimento à população”, afirma Dr. Leonardo Alcântara, Presidente do Sindicato dos Médicos.
Segundo relatos, no plantão do dia 23 de outubro, a unidade estava com 6 pacientes internados no eixo 1, sendo que apenas 1 consultório da pediatria estava disponível para a internação de um paciente com tuberculose pulmonar. Como a unidade conta com apenas 2 médicos clínicos no pronto-atendimento (PA), apenas um deles tinha a capacidade de atender aos 60 pacientes na fila de espera, juntamente com as possíveis reavaliações, uma vez que os outros médicos clínicos estavam ocupados com a evolução dos internados do mesmo eixo. Além disso, havia um médico, chefe de equipe, destinado à evolução dos pacientes do eixo 2.
Diante do ocorrido, a resposta da coordenação à necessidade de contratação de um terceiro médico clínico, juntamente com a restrição de demanda da porta, foi “solicitado e não autorizado.” Isso significa que a assistência aos pacientes se encontra em um estado de completa insalubridade, e existe uma ameaça iminente e inevitável de agressão a algum profissional de saúde.
A entidade ressalta que a UPA da Praia do Futuro, também gerida pelo ISGH, mas pertencente ao Estado do Ceará, passou por uma reforma na qual houve interrupção total dos atendimentos. Assim, não deveria haver distinção com a UPA do Itaperi pelo ISGH.
Diante disso, o Sindicato dos Médicos solicita esclarecimentos sobre as razões pelas quais essa situação ainda não foi resolvida, bem como sobre a restrição de demanda e a alocação de um terceiro médico clínico no pronto-atendimento e no eixo 1. A entidade se coloca à disposição para discutir e colaborar na busca de soluções para essa grave situação.
Foto: ISGH
Fonte: Comunicação do Sindicato dos Médicos do Ceará
