Sindicato oficia Sesa e ISGH solicitando medidas imediatas acerca das condições precárias de trabalho na UPA José Walter; Situação se repete em outras Unidades de Pronto Atendimento
Com escalas desfalcadas, os médicos estão trabalhando em condições adversas que comprometem seriamente a assistência prestada à população

O Sindicato dos Médicos oficiou, na última terça-feira (24), a secretária da Saúde do Estado do Ceará, dra. Tânia Mara Silva Coelho, e a diretora-presidente do Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH), dra. Virgínia Angélica Silveira Reis, acerca da situação crítica na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) José Walter e em várias outras UPA’s localizadas no Estado.

A entidade recebeu informações de que os médicos nessas unidades estão trabalhando em condições adversas que comprometem seriamente a assistência médica prestada à população. Na UPA José Walter há uma escassez significativa de médicos, com muitos plantões desfalcados. Em contrapartida, médicos contratados estão dispostos a dar plantões extras, especialmente na ala de Pediatria, onde a demanda é elevada. No entanto, o Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH) proibiu deliberadamente o repasse de plantões extras.

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A UPA José Walter conta com uma equipe composta por 3 clínicos na porta de entrada, 2 pediatras e 1 chefe de equipe, no entanto, a falta de médicos é notória e prejudica o atendimento de qualidade. O Sindicato ressalta que esta situação prejudica a assistência médica, causa transtornos aos pacientes e sujeita os médicos a assédio moral por parte dos pacientes que esperam horas por atendimento médico devido à redução de profissionais.

“A situação atual não apenas coloca em risco a saúde dos pacientes, mas também exerce uma pressão injusta sobre os médicos que estão se esforçando para cumprir suas obrigações profissionais nas circunstâncias adversas”, ressalta Dr. Leonardo Alcântara, Presidente do Sindicato dos Médicos.

Ainda de acordo com informações, o ISGH restringe periodicamente a oferta de plantões extras para compor as escalas. A direção da UPA justifica a priorização dos plantões desfalcados na ala de adultos, alegando que a demanda pediátrica representa menos de 25% do total de atendimentos, enquanto a demanda por atendimento adulto ultrapassa 75%. No entanto, a UPA José Walter frequentemente assume a responsabilidade pelos atendimentos pediátricos quando há desfalques em UPA’s vizinhas.

Situação se repete em outras Unidades de Pronto Atendimento

Além da UPA José Walter, outras UPA’s no Estado e Município, como a UPA Jangurussu e a UPA Messejana, enfrentam o problema de escalas desfalcadas. A UPA Itaperi opera com apenas um médico, incapaz de atender à demanda, e a UPA Praia do Futuro está em reforma, direcionando pacientes para a UPA José Walter. Enquanto isso, algumas UPA’s têm escalas ociosas aguardando a contratação de mais médicos.

Diante deste cenário, o Sindicato dos Médicos solicita que sejam tomadas medidas imediatas para solucionar esses problemas e garantir condições adequadas de trabalho para os médicos, a fim de assegurar a prestação de assistência médica de qualidade à população. A entidade se coloca à disposição dos órgãos para discutir soluções e colaborar no melhor interesse da saúde pública no Ceará.

Foto: Diário do Nordeste – Fabiane de Paula

Fonte: Comunicação do Sindicato dos Médicos do Ceará

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