No Dia do Médico, comemorado em 18 de outubro, muito há de se comemorar pelas evoluções e conquistas do segmento. No entanto, existe também um fator preocupante que tem grande peso no futuro da nossa categoria: a atual formação destes profissionais.
Existe um acelerado crescimento de cursos de Medicina, notadamente de instituições privadas, algumas dessas com estrutura tão incipiente que funcionam basicamente como fábricas de arrecadar mensalidades. Mais do que formar médicos, é preciso entregar à sociedade profissionais competentes e capazes de realizar a sua função primordial.
Criar cursos de Medicina sem a devida estrutura para aulas teóricas e, principalmente, práticas, vai gerar profissionais mal formados, inseguros na sua atuação e, consequentemente, risco aumentado à população. Precisamos, antes de tudo, defender o ensino de Medicina de qualidade.
Seguindo as orientações da Federação Médica Brasileira (FMB), do Conselho Federal de Medicina (CFM), do Conselho Regional de Medicina (CREMEC), da Associação Médica Brasileira (AMB) e da Associação Médica Cearense (AMC); somos contra a abertura de novas vagas e cursos de Medicina no modelo atual.
Precisamos lutar por programas de avaliação e melhoria da qualidade das escolas médicas existentes. Apoiar a abertura deliberada de escolas médicas não soluciona o déficit de assistência em algumas localidades.A falta de preparo e de suporte técnico nos pilares que constroem a boa medicina prejudica todos que necessitam deste serviço. Acreditamos que o cidadão brasileiro precisa encontrar segurança no atendimento médico, e para que a medicina continue exercendo o seu papel, ela precisa estar estruturada de dentro para fora. A nossa categoria precisa de mais qualidade, de contratos dignos e de estrutura correta para exercer o cargo em sua totalidade. Mais do que colocar números, precisamos olhar atentamente para cada vida que é salva através do nosso trabalho.