O Sindicato dos Médicos do Ceará recebeu, na última terça-feira (18), os esclarecimentos solicitados à Secretaria da Saúde do Ceará (SESA), em fevereiro, acerca das graves situações ocorridas no Hospital de Messejana, entre elas superlotação e pacientes em parada cardiorrespiratória sendo reanimados no chão pela falta de maca.
O pedido de esclarecimentos foi solicitado no dia 07 de fevereiro após o recebimento de denúncias de pacientes em estado graves, como infartos, angina instável, insuficiência cardíaca descompensada, internados em cadeiras pela falta de leitos, sem monitorização adequada, ocupando corredores pela ausência de espaço físico nas enfermarias.
Logo após solicitação, houve uma visita técnica da Superintendência da Região de Fortaleza (SRFOR) no hospital, no dia 03 de março, onde as situações relatadas foram confirmadas, sobretudo quanto à demanda superior a capacidade ofertada pela unidade.
Em resposta ao Sindicato dos Médicos, a direção do hospital informou, por meio da SESA, que a taxa de ocupação, em janeiro, na enfermaria cardiologia foi de 109%, na enfermaria pneumologia foi 84% e nas UTIS de 94%, e ressaltou as ações tomadas para diminuir o tempo médio de internação ainda durante o mês de março.
Segundo a direção, o hospital participa do projeto Sírio Libanês “Lean das Emergências”, no qual realiza, duas vezes ao dia, reuniões direcionadas para corrigir o que atrapalha a alta dos pacientes.
Além disso, informou que a atual secretária da Saúde, Tânia Mara Coelho, viabilizou a renovação de três ecocardiogramas e mais seis serão renovados em breve, garantindo exames mais rápidos e precisos. No setor de hemodinânima, já foi realizada a compra de uma máquina nova e está em execução uma obra que duplicará a capacidade do serviço, onde serão quatro salas funcionando 24 horas.
Também foi informado que o número de pacientes internados aguardando marca-passo caiu de 30 a 40 para oito a nove. Quanto aos exames de imagem, a secretaria celebrou um contrato com uma empresa de exames e a fila reduziu.
Em relação às cirurgias cardíacas, a direção informou que o Hospital de Messejana opera uma média de 700 pacientes por ano, sendo necessário aumentar a capacidade em pelo menos mais 300. Já para cirurgia torácica, foram liberados dois leitos de UTI para o serviço de tórax.
A direção do hospital esclareceu, ainda, que as faturas dos pagamentos das cooperativas médicas estão quitadas.
Ampliação
Os documentos fornecidos pela SESA também citam que no dia 07 de março foi realizada uma reunião com a secretária da Saúde e deputados estaduais, na qual indagaram como poderiam ajudar o Hospital de Messejana. Na ocasião, o diretor do hospital afirmou que existe um projeto para construção de uma torre, com várias salas de cirurgias, UTIs, unidade de hemodinâmica, assim como uma nova unidade de emergência voltada para a BR-116.
Denúncias
Em fevereiro, o Sindicato dos Médicos foi acionado com denúncias de pacientes em estado graves, como infartos, angina instável, insuficiência cardíaca descompensada, internados em cadeiras pela falta de leitos, sem monitorização adequada, ocupando corredores pela ausência de espaço físico nas enfermarias. Além disso, equipes médicas e de enfermagem sobrecarregadas, acompanhantes dormindo no chão e pacientes perfis UTI do lado de fora da sala de parada sem a devida monitorização.
Também foi comunicado que os médicos cooperados da CEMERGE estavam com seus pagamentos atrasados pelo não repasse do Estado.
No dia 07 de fevereiro, o Sindicato dos Médicos encaminhou ofício para a SESA solicitando o urgente restabelecimento das condições dignas de atendimento à população, bem como a contratação de mais médicos para atender a demanda e a regularização dos salários dos profissionais.
O Sindicato dos Médicos do Ceará reafirma seu compromisso com a categoria e reitera que continuará acompanhando a situação e tomando todas as providências cabíveis para garantir o bom funcionamento do sistema de saúde.
Foto: Reprodução/Governo do Ceará
Fonte: Comunicação do Sindicato dos Médicos do Ceará