Após a Prefeitura de Fortaleza anunciar a disponibilização de atendimento de emergência com pediatras em 21 postos de saúde nos meses de maio e junho, o Sindicato dos Médicos do Ceará encaminhou ofício à Secretaria Municipal de Saúde, na última quinta-feira (04), cobrando esclarecimentos acerca da mudança da agenda de atendimentos dos médicos do Programa Saúde da Família (PSF).
Apesar de a entidade reconhecer a iniciativa como uma medida importante para ampliar o acolhimento infantil durante o período de sazonalidade e desafogar a rede hospitalar, chama atenção para o fato de os profissionais não terem sido previamente informados.
O Sindicato dos Médicos solicitou informações detalhadas de como ocorrerá o direcionamento das agendas dos profissionais médicos generalistas do PSF que são pediatras lotados na Atenção Primária à Saúde em relação ao atendimento, e também questionou como ficarão os profissionais que trabalham 20 horas semanais quando houver uma alta demanda, se terão que continuar para atender todos os pacientes.
A entidade também solicitou a apresentação do Plano de Contingência atualizado para o enfrentamento da sazonalidade das síndromes gripais firmado entre o Ministério Público, a Secretaria Municipal da Saúde de Fortaleza e a Secretaria da Saúde do Ceará. Além disso, o Sindicato cobrou esclarecimentos de como será a atuação dos médicos que não são pediatras ao atendimento infantil.
“Estes esclarecimentos são necessários para evitar surpresas e situações de coação velada por parte da gestão. Inclusive, para evitar supostas alegações de que profissionais médicos não pediatras estariam negando atendimento”, destaca o presidente do Sindicato dos Médicos, Dr. Leonardo Alcântara.
A entidade também fez os seguintes questionamentos: qual plano para situações em que ocorram ameaças aos médicos por longas filas; como ocorrerá a monitoração diária dos órgãos fiscalizadores e quem compõe tais órgãos; e como se dará a divulgação em massa para a população acerca da exclusividade do atendimento na atenção primária para apenas casos de baixo risco, tendo em vista a falta de estrutura de atenção secundária e pessoal especializado nas APS’s.
O Sindicato dos Médicos aproveita o momento para esclarecer que pronto-atendimento e emergência são serviços complementares e que ambos são importantes para o atendimento à saúde da população. “A escolha do serviço a ser utilizado depende da gravidade e da urgência do quadro de saúde do paciente”, afirma Dr. Leonardo Alcântara.
O Sindicato dos Médicos do Ceará reafirma seu compromisso com a categoria e ressalta que, se necessário, tomará todas as providências cabíveis para garantir a qualidade do atendimento à população e segurança dos médicos envolvidos.
Foto: Reprodução/Prefeitura de Fortaleza
Fonte: Comunicação do Sindicato dos Médicos do Ceará