Pacotinho da saúde: Sindicato dos Médicos avalia que investimentos anunciados pela Prefeitura de Fortaleza não resolvem os problemas da Atenção Primária
Para entidade, o pacote não atende as demandas dos profissionais e não apresenta solução para evitar a falta de medicamentos

Na última quinta-feira (13), o prefeito de Fortaleza, José Sarto, anunciou o Pacote de Novos Investimentos na Atenção Básica de Saúde. Com um orçamento de aproximadamente R$ 130 milhões, o projeto prevê a construção de 16 novos postos de saúde e a reforma de 96 unidades.

O pacote também contempla a requalificação total de oito postos de saúde, das seis Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) gerenciadas pelo município e  a construção de quatro novos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). Além disso, a implantação de nove farmácias polo e a convocação de 89 médicos para atuação nas Equipes de Estratégia da Família (EEF).

O Sindicato dos Médicos do Ceará avalia que os investimentos anunciados pela Prefeitura de Fortaleza, embora bem-vindos – conforme cobranças anteriores da entidade por melhorias nas estruturas dos postos de saúde – são insuficientes para resolver os problemas da Atenção Primária.

Segundo o presidente do Sindicato dos Médicos, Dr. Leonardo Alcântara, pontua, o pacote só resolve um dos três principais problemas. “Esse ‘pacotão’ só resolve o problema estrutural das unidades básicas, faltando uma solução para os insumos, principalmente para evitar a falta de medicamentos, e algo de concreto para os profissionais”, afirma.

De acordo com Dr. Leonardo Alcântara, os profissionais têm diversas demandas que precisam ser atendidas, como a reformulação do Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) e a regulamentação da jornada de trabalho. O presidente do Sindicato dos Médicos também ressalta que o pacote não traz melhorias para o acesso a exames e diagnósticos, assim como não propõe nada para as assistências secundárias e terciárias visando a solução da escassez de leitos para acabar com o Corredômetro e a fila de cirurgias.

O pacote apresentado também não detalha como e para onde as equipes e os atendimentos serão remanejados durante as intervenções, não traz o cronograma completo, com previsão de início e fim das obras, além de não informar quais unidades serão restauradas por ordem inicial.

O Sindicato dos Médicos ressalta, ainda, que os investimentos não foram discutidos com as entidades da saúde, nem mesmo com os profissionais, para que os reais problemas fossem apontados, mesmo após diversas cobranças e solicitações de reuniões.

O Sindicato dos Médicos do Ceará reafirma seu compromisso com a categoria e destaca que se manterá vigilante à execução das obras anunciadas, tomando as medidas cabíveis para garantir que não ocorram prejuízos aos profissionais e à população.

Foto: Reprodução/Prefeitura Municipal de Fortaleza

Fonte: Comunicação do Sindicato dos Médicos do Ceará

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