Nesta quarta-feira (26), o Sindicato dos Médicos do Ceará encaminhou ofício, em caráter de urgência, para o governador Elmano de Freitas, acerca da grave situação em que encontra-se o Hospital Infantil Albert Sabin (Hias). A entidade também oficiou a Secretaria da Saúde do Ceará, solicitando providências urgentes.
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Nos últimos dias, o hospital entrou em colapso sem precedentes, com uma superlotação alarmante, falta de leitos, déficit de profissionais, longas filas de espera por atendimento e cirurgias, além da escassez de medicamentos e materiais hospitalares. Segundo denúncias recebidas pelo Sindicato dos Médicos, a situação tem gerado enormes transtornos aos pacientes e familiares, bem como aos profissionais da saúde.
De acordo com as denúncias, as condições de atendimento estão insustentáveis, com os médicos abalados psicologicamente devido às frequentes ameaças. Os profissionais relatam que os plantões noturnos estão cada vez mais perigosos, sofrendo ameaças e abordagens de familiares dos pacientes até mesmo ao saírem do hospital.
“Os médicos estão sendo vítimas de ameaças, quase toda semana, por parte dos usuários e familiares, devido à demora do atendimento, pois a equipe não consegue acolher adequadamente toda a demanda que há por causa do aumento exorbitante do fluxo neste período de sazonalidade associado às viroses. Os médicos estão se arriscando diariamente, sob estas condições de trabalho”, afirma o presidente do Sindicato dos Médicos, Dr. Leonardo Alcântara.
Médicos do PSF
O Sindicato dos Médicos destaca que esta situação está refletindo, também, em sobrecarga aos médicos generalistas do Programa Saúde da Família (PSF) nas Unidades Básica de Saúde da Família (UBASF), pois conforme previsto no Plano de Contingência feito em parceria entre a Sesa e a Secretaria de Saúde de Fortaleza (SMS), os atendimentos pediátricos que ingressam no Hospital Albert Sabin, classificados como verde ou azul, seriam encaminhados com prioridade de referenciamento para as unidades básicas no entorno do Hias, previamente indicados pela SMS, como César Cals, Matos Dourado e Roberto Bruno. No entanto, na ausência de pediatras, tem sido imposta a realização dos atendimentos pelos médicos generalistas.
Rede Sesa
A entidade reitera que já encaminhou outros diversos ofícios tratando de situações graves e reincidentes relacionadas ao Hospital Regional Norte; Hospital de Messejana; Hospital São José; Hospital Geral de Fortaleza; Hospital Regional do Sertão Central; Hospital Leonardo da Vinci; e Hospital Regional de Iguatu.
O Sindicato dos Médicos alerta que quase todos os equipamentos públicos de saúde pertencentes ao Estado do Ceará estão passando por situações críticas relacionadas à superlotação, e que o Governo do Estado precisa assumir a responsabilidade e tomar as medidas cabíveis urgentes para garantir o acesso à saúde de qualidade aos cearenses.
Entre as medidas a serem tomadas estão: aprimorar a gestão dos hospitais, providenciar a contratação de profissionais de saúde qualificados e em número suficiente, além de fornecer os insumos e equipamentos necessários para o pleno funcionamento dos serviços de saúde.
O Sindicato dos Médicos do Ceará reafirma seu compromisso com a categoria e ressalta que seguirá vigilante ao cumprimento das medidas que se fazem urgentes ao Hospital Infantil Albert Sabin.
Foto: Reprodução/Governo do Estado
Fonte: Comunicação do Sindicato dos Médicos do Ceará