Neste dia 18 de outubro, comemora-se o Dia do Médico no Brasil. Uma profissão tão reconhecida pela sociedade, muitas vezes parece esquecida e tratada com descaso pelo poder público. No Ceará, os médicos têm enfrentado grandes obstáculos para trabalhar e seguir com sua missão de cuidar e preservar a saúde dos seus pacientes. É inadmissível que se tenha registros de atraso no pagamento de salários dos médicos por diversos municípios, especialmente em meio a uma pandemia.
O cenário da covid-19 acentuou a importância do papel do profissional da saúde, que desde o início tem atuado arduamente no combate à pandemia. É preciso valorizar mais a profissão. Só em setembro deste ano, foram registrados 17 municípios cearenses com os salários atrasados referentes ao mês de agosto. Um descaso com quem atua dia e noite em busca de cuidar do outro.
Além disso, o poder público também precisa garantir um pagamento justo aos médicos cearenses. Um estudo econômico feito pelo Sindicato dos Médicos do Ceará, utilizando a calculadora do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do IBGE, aponta que, desde 2008, sem reajuste, os médicos servidores estaduais do Ceará acumulam uma defasagem salarial de 105,88%.
O Sindicato vem, incansavelmente, em busca ativa pela implantação do Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) dos médicos servidores do Estado. Além disso, o trabalho do médico tem enfrentado um problema que afeta a população no geral e que não é de hoje: a violência. O Sindicato dos Médicos do Ceará tem cobrado mais segurança para os médicos e pacientes nas unidades de saúde de Fortaleza depois de tantas ocorrências violentas próximas a essas unidades nos últimos meses.
É preciso que os órgãos de segurança pública garantam um policiamento fixo por tempo indeterminado, mesmo que seja por intermédio de segurança privada. Junto com a segurança, os hospitais precisam também garantir uma estrutura digna e materiais de qualidade para que os profissionais possam atuar de forma adequada. Neste Dia do Médico, mais que homenagens, pedimos respeito.