Saúde como prioridade da gestão pública
Artigo assinado por Dr. Luigi Morais, médico anestesiologista e presidente interino do Sindicato dos Médicos do Ceará

A saúde é um direito universal garantido pela Constituição Federal, mas sua execução depende do comprometimento e da prioridade que os gestores públicos atribuem a este setor essencial. Infelizmente, o cenário atual das instituições de saúde no Ceará, especialmente na capital, Fortaleza, revela falhas graves que comprometem o atendimento à população e expõem a fragilidade de uma rede que deveria funcionar como base de cidadania.
Nos últimos meses, denúncias recorrentes destacaram problemas alarmantes em unidades como o Instituto Dr. José Frota (IJF), os hospitais municipais, Hospital do Coração (Messejana) e as Unidades de Pronto Atendimento em diversas regiões do Ceará. A falta de insumos básicos, medicamentos e atrasos nos pagamentos de profissionais têm impactado diretamente a qualidade do atendimento. Além disso, há constantes relatos de condições estruturais precárias e falta de investimentos nas instituições públicas.

Esses problemas, infelizmente, não são pontuais. Eles refletem uma crise estrutural na gestão da saúde pública, que exige soluções mais amplas e uma mudança no modelo de priorização de recursos. A saúde precisa ser vista como um investimento contínuo e estratégico, e não como uma despesa a ser ajustada em tempos de crise econômica ou transição política.

Os gestores públicos têm um papel fundamental nesse cenário. O compromisso com a saúde das pessoas deve ser inegociável. É preciso garantir que os pagamentos pelo trabalho dos médicos sejam devidamente honrados, que equipamentos e insumos estejam disponíveis e que as condições de trabalho dos profissionais sejam adequadas. Médicos e outros trabalhadores da saúde são pilares do sistema, mas não podem atuar em ambientes com estrutura antiquada e sem o respaldo para exercer suas funções, necessárias para o bem-estar da sociedade.

O Sindicato dos Médicos do Ceará reforça sua posição como uma voz ativa na luta por melhores condições de trabalho e atendimento. Não há saúde pública eficiente sem o compromisso dos gestores, a organização dos serviços e, principalmente, sem o respeito aos profissionais que mantêm o sistema em funcionamento. A saúde deve ser, sempre, a prioridade número um de qualquer administração que verdadeiramente valorize sua população.

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