Na última sexta-feira (14), o Sindicato dos Médicos do Ceará acionou o Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), por meio da Promotoria de Justiça da Saúde Pública, denunciando a grave situação de desabastecimento de insumos e medicamentos nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) daVila Velha, Bom Jardim e Cristo Redentor, administradas pelo Instituto Viva Rio. Além disso, os profissionais estão com os salários de novembro em atraso.
Conforme relatado pelos profissionais, as condições de trabalho e atendimento estão sendo severamente prejudicadas pela ausência de materiais essenciais para a realização de exames laboratoriais e diagnósticos.
Na última quarta-feira (11), segundo relato recebido pelo Sindicato dos Médicos, o estoque era: 25 testes disponíveis de Lipase e apenas 25% do volume total de reagentes para hemogramas. Também estava em falta o PCR (Proteína C-Reativa) e havia somente dois testes para Troponina.
Ainda segundo a denúncia, no mesmo dia, só havia 20 tubos de coleta para todo o plantão; unidades com 15 pacientes internados, necessitando exames fundamentais para acompanhamento e diagnóstico; e necessidade de priorização de casos graves, enquanto pacientes mais estáveis têm exames postergados ou não realizados.
“Além disso, também recebemos relatos de orientações internas para evitar solicitações de exames laboratoriais a pacientes classificados como de menor gravidade, sendo priorizados apenas protocolos de sepse e situações clínicas graves que necessitem observação nos eixos principais das unidades”, completa Dr. Luigi Morais, presidente interino do Sindicato dos Médicos.
Efeito cascata
Ao Ministério Público, o Sindicato dos Médicos denuncia os atrasos dos pagamentos de novembro e reitera que a situação pode estar relacionada a um suposto atraso nos repasses financeiros pela Prefeitura de Fortaleza, gerando um efeito cascata que compromete não apenas os pagamentos dos médicos, mas também os repasses à IGMC, fornecedores e outros prestadores de serviços.
A entidade informa, ainda, que em razão dessa problemática, algumas UPAs estão restringindo exames laboratoriais, como hemograma e gasometria, apenas para pacientes classificados no Eixo 2, o que compromete a integralidade do cuidado.
Providências
Diante da gravidade da situação atual, o Sindicato dos Médicos solicita ao Ministério Público adotar algumas providências, como averiguar as condições de abastecimento dos medicamentos; acionar os responsáveis pelo Instituto Viva Rio para apresentar esclarecimentos e soluções imediatas; e garantir a reposição adequada de insumos e medicamentos, assegurando a continuidade do atendimento à população com qualidade e segurança.
A entidade ressalta que o Instituto Viva Rio e o Instituto e a Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza (SMS) foram oficiados sobre o assunto na quarta-feira (11), mas ainda não obteve resposta.
O Sindicato dos Médicos do Ceará reafirma seu compromisso com a categoria e reitera a importância para que as providências sejam adotadas com a urgência que o problema merece.
Fonte: Comunicação do Sindicato dos Médicos do Ceará