Médicos cooperados que atuam no Hospital de Messejana deliberaram paralisação dos serviços, por tempo indeterminado, a partir das 07 horas de segunda-feira (19). O motivo é a grave situação enfrentada pelos profissionais, como redução salarial, falta de reajuste desde 2015 e escassez de medicamentos básicos.
Enquanto durar a paralisação, serão seguidas as diretrizes legais quanto ao atendimento mínimo obrigatório, assegurando a manutenção de 30% do efetivo, conforme determina a legislação, com a análise das especificidades de cada setor para que o serviço não seja prejudicado. Também haverá permanência de 100% do efetivo para os serviços de emergência, urgência e UTI, sendo mantidos os atendimentos prioritariamente aos pacientes classificados em laranja e vermelho, segundo o protocolo de Manchester.
O comunicado de paralisação foi enviado nesta quarta-feira (14) pelo Sindicato dos Médicos do Ceará à direção do hospital, à Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) e à Cooperativa de Trabalho dos Médicos Emergencistas (Cemerge).
A deliberação ocorreu durante Assembleia Geral Extraordinária (AGE), realizada no dia 7 de agosto, para tratar sobre a redução dos valores dos plantões e as condições de trabalho dos médicos vinculados às cooperativas no Hospital de Messejana.
Além da redução salarial e ausência de reajuste, os médicos pontuaram os seguintes problemas: falta de hemodinâmica; falta de broncodilatadores; escassez de medicamentos essenciais; ausência de frascos para hemocultura; indisponibilidade de leitos para pacientes graves e de isolamento para casos de tuberculose; ausência de protocolos de condutas e fluxos adequados; instabilidade na Internet e energia; falta de segurança nas dependências do hospital; plantões desfalcados; pacientes aguardando por mais três dias em longarinas; e pacientes aguardando leito há mais de 20 dias em uma poltrona da emergência.
Licitações com valores baixos
No comunicado, o Sindicato dos Médicos também ressalta preocupação com o registro de preço para contratações de serviços especializados de médico especialista e médico generalista, realizado por meio de dispensa de licitação, do tipo menor preço por grupo. A entidade aponta que os médicos serão os grandes prejudicados pela condução da dispensa de licitação, uma vez que os valores apresentados pelo estudo técnico da Sesa foram reduzidos.
“Conforme o parecer técnico elaborado pela Sesa, que deu todo o embasamento aos valores apresentados na dispensa de licitação, ao invés de haver um aumento, os médicos que já não tinham um reajuste desde 2015, ainda terão que receber valores menores”, afirma Dr. Max Ventura, presidente do Sindicato dos Médicos.
O Sindicato dos Médicos do Ceará se coloca à disposição da categoria durante o período de interrupção das atividades, bem como segue aberto para negociações com os gestores.
Fonte: Comunicação do Sindicato dos Médicos do Ceará