O Sindicato dos Médicos encaminhou ofício, na última segunda-feira (15), à secretária da saúde de Aracati, Ana Lúcia da Costa, solicitando esclarecimento diante das denúncias de sérias fragilidades na organização contratual, nas condições de trabalho e na estrutura assistencial da rede de saúde municipal.
De acordo com informações, os médicos estão contratados por meio de PJ coletiva, terceirização quarteirizada, sem possibilidade de vínculo direto ou uso de PJ individual, o que gera insegurança jurídica e limita a autonomia dos profissionais. Além disso, os valores pagos por plantões estão abaixo da média praticada em instituições similares, especialmente considerando que o hospital presta suporte a diversos municípios da região.
Na unidade há um déficit de especialistas, com ausência de equipe completa, o que leva cirurgiões a realizarem procedimentos sozinhos ou com auxílio de clínicos, gerando sobrecarga de trabalho e colocando em risco a segurança dos pacientes e dos profissionais.
O Hospital Municipal enfrenta ainda a ausência de hemodiálise e de gasometria, essencial para pacientes em ventilação mecânica e intubação orotraqueal. A unidade só conta com ultrassonografia quando anestesistas levam seus próprios aparelhos, dificultando procedimentos como FAST em traumas ou punção em AVCs, além da inexistência de demais exames de imagem, o que obriga o transporte de pacientes graves até a UPA vizinha, gerando riscos adicionais à assistência.
Os relatos indicam também que, mesmo sem dispor de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), há entraves frequentes para a regulação de pacientes graves na Central de Regulação de Leitos, sob a justificativa de que os pacientes estariam “em leitos adequados”.
Diante da gravidade da situação, o Sindicato dos Médicos solicita à SMS de Aracati esclarecimentos quanto às medidas que estão sendo adotadas para a regularização dos vínculos trabalhistas dos médicos e a previsão de atualização da remuneração dos plantões.
A entidade solicita ainda a ampliação e qualificação da equipe multiprofissional, com especial atenção à escala cirúrgica e suporte clínico, implantação de recursos mínimos como gasometria, hemodiálise e exames de imagem no hospital e as estratégias para garantir regulação célere e segura de pacientes graves que demandam UTI.
O Sindicato dos Médicos reafirma seu compromisso com a categoria e se coloca à disposição para uma reunião com a SMS de Aracati a fim de tratar diretamente da situação.
Foto: O Otimista/Reprodução
Fonte: Comunicação do Sindicato dos Médicos do Ceará
