Sindicato dos Médicos oficia Cremec e SMS de Cascavel solicitando medidas urgentes acerca das condições precárias de trabalho e atendimento na UPA do município
Em visita foi constatada a falta de materiais, sobrecarga de trabalho e insegurança dos médicos

O Sindicato dos Médicos oficiou, na última quinta-feira (11), a secretária de saúde de Cascavel, Elaine Cardoso Abintes, e o Conselho Regional de Medicina (Cremec) solicitando esclarecimentos e adoção de providências urgentes quanto as condições precárias de trabalho e atendimento na UPA de Cascavel, situação que tem comprometido a qualidade da assistência à saúde e colocado em risco tanto os pacientes quanto os próprios profissionais.

Em visita realizada por representante da entidade, constatou-se a carência de medicamentos e exames médicos essenciais para o diagnóstico e tratamento de pacientes. Além disso, foi verificado que a unidade dispõe de apenas um ventilador mecânico, o qual não funciona adequadamente, entregando no máximo 80% da capacidade necessária, mesmo com a administração de oxigênio a 100%. Esta situação compromete gravemente a assistência médica de pacientes graves, especialmente aqueles que necessitam de ventilação não invasiva (VNI).

Durante a visita foi verificada a ausência de chefe de equipe, tendo o médico plantonista que se dividir entre a sala de observação e a sala de parada, sobrecarregando suas funções e comprometendo a qualidade do atendimento. A unidade apresenta ainda condições precárias, onde os profissionais estão sendo forçados a repousar na sala de isolamento, uma vez que o repouso médico é inadequado.

“A infraestrutura da unidade é insuficiente para proporcionar um ambiente de trabalho seguro e confortável, o que prejudica diretamente o atendimento aos pacientes e o bem-estar dos profissionais de saúde. Essa situação demonstra a falta de organização e coordenação, evidenciando a necessidade de uma gestão mais eficiente e estruturada”, analisa Dr. Edmar Fernandes, presidente do Sindicato dos Médicos.

Os profissionais relataram também que a mudança recente na gestão da UPA tem gerado grande insegurança com a possibilidade da redução dos valores de plantões com a implementação do novo convênio com a empresa Pluralmed, além de incerteza quanto aos pagamentos, especialmente devido à quarteirização dos pagamentos PJ, que impede os médicos de utilizarem suas próprias PJs e impõe o uso de uma PJ coletiva.

Além da falta de segurança devido à ausência da guarda municipal na unidade, a entidade foi informada ainda sobre o clima de tensão, tanto devido à rotatividade de médicos quanto ao medo de represálias caso haja qualquer reclamação em relação à gestão, o que tem gerado um ambiente de trabalho desfavorável.

Diante do cenário, o Sindicato solicita ao Cremec a inspeção na unidade para verificar as condições de funcionamento dos equipamentos médicos, especialmente os ventiladores mecânicos e outros itens essenciais ao atendimento de urgência e emergência. Solicita ainda a verificação das condições de trabalho e repouso dos médicos, as condições de segurança da unidade e a imediata reposição de equipamentos e materiais em falta. Quanto ao pagamento dos médicos, a entidade pede que o órgão fiscalize a gestão com especial atenção à mudança de modelo contratual e à quarteirização dos pagamentos PJ, garantindo que os profissionais recebam de forma justa e transparente.

À SMS de Cascavel, a entidade solicita esclarecimentos sobre a mudança de gestão, com definição sobre os pagamentos dos médicos e o impacto nas condições de trabalho e atendimento. Solicita ainda a fiscalização da infraestrutura e do funcionamento dos equipamentos na unidade, reposição dos materiais em falta, garantia de segurança para os profissionais e pacientes e a implementação de medidas que promovam um ambiente de trabalho seguro e livre de represálias.

O Sindicato dos Médicos reforça seu compromisso com a categoria e aguarda resposta urgente para a situação da UPA de Cascavel ficando à disposição para colaborar no que for necessário para solucionar as questões levantadas.

Fonte: Comunicação do Sindicato dos Médicos do Ceará

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