O Sindicato dos Médicos oficiou, nesta quarta-feira (28), a secretária da saúde de Fortaleza, Dra. Riane Azevedo, solicitando esclarecimentos e providências urgentes diante das graves denúncias recebidas de médicos que atuam no Hospital Infantil de Fortaleza (HIF).
De acordo com relatos, por orientação da Organização Social (OS) responsável pela gestão da unidade e devido ao aumento de atestados médicos e do volume de horas extras no mês de maio, foi determinada a suspensão dos plantões extras até o dia 31 deste mês. Essa medida, de caráter abrupto, não foi previamente discutida com os profissionais nem acompanhada de plano de contingência adequado.
Conforme informações, na unidade de saúde mais de 20 crianças estavam internadas na área de observação, algumas em estado crítico, sendo acompanhadas em determinado horário por apenas uma técnica de enfermagem. Ainda de acordo com relatos, os médicos não estão conseguindo completar os atendimentos devido à alta demanda. Em um dos plantões, apenas dois médicos estavam atuando na porta de entrada da unidade, número claramente insuficiente para a demanda observada. A situação gerou revolta entre usuários e risco iminente à segurança tanto dos pacientes quanto da equipe de saúde.
Os cortes afetaram tanto os médicos quanto os profissionais de enfermagem, comprometendo de forma significativa a estrutura mínima necessária para garantir a assistência segura e contínua à população usuária do SUS. Uma lista detalhada dos cortes a serem realizados nos plantões será encaminhada, conforme anunciado, o que gerou ainda mais aflição entre os profissionais
“A situação relatada afronta os princípios da dignidade da pessoa humana, os direitos fundamentais à saúde e à vida, além de comprometer gravemente o exercício ético da medicina, conforme preceitua o Código de Ética Médica”, reforça Dr. Edmar Fernandes, presidente do Sindicato dos Médicos.
Diante da gravidade das informações, o Sindicato dos Médicos do Ceará requer a atuação imediata da Secretaria Municipal de Saúde, no sentido de realizar fiscalização urgente nas dependências do HIF, prestar esclarecimentos junto à direção da unidade à SPDM quanto aos cortes anunciados e os impactos causados aos profissionais e assistência.
A entidade solicita também que a SMS adote as providências éticas e legais cabíveis, diante do risco à vida de pacientes e das condições precárias de trabalho enfrentadas pelos médicos.
O Sindicato dos Médicos reforça seu compromisso com a categoria e se coloca à disposição para colaborar com as ações fiscalizatórias e com a apuração dos fatos.
Foto: Prefeitura de Fortaleza/Reprodução
Fonte: Comunicação do Sindicato dos Médicos do Ceará