O Sindicato dos Médicos oficiou, na última terça-feira (13), a presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado do Ceará (Cremec), Dra. Inês Tavares, solicitando fiscalização imediata no Hospital Infantil de Fortaleza (HIF) diante da ocorrência de graves irregularidades assistenciais e estruturais na unidade de saúde, o que compromete diretamente a segurança dos pacientes e a integridade física e mental dos profissionais de saúde que ali atuam. O ofício também foi encaminhado à secretária da saúde de Fortaleza, Dra. Socorro Martins.
De acordo com denúncias recebidas pela entidade, a situação no HIF é crítica. Os profissionais têm enfrentado sobrecarga de atendimento, onde apenas 3 médicos no Pronto Atendimento são responsáveis por atender entre 80 e 100 crianças por plantão. A sala vermelha possui sete leitos ocupados por pacientes gravíssimos, sendo assistidos por apenas um médico, sem suporte de UTI. Já na enfermaria, nos turnos da tarde e noite, há também apenas um médico para cuidar de aproximadamente 70 pacientes internados.
A estrutura da unidade também se encontra com deficiências, onde possui cerca de seis crianças intubadas, sem acesso a leitos de UTI, sem ventiladores mecânicos, bombas de infusão ou medicamentos essenciais. O sistema de climatização está inoperante, e os profissionais estão adoecendo devido ao calor extremo. Também não há intensivistas nem neonatologistas, ainda que o hospital esteja recebendo recém-nascidos gravíssimos, em evidente desacordo com o perfil da unidade.
“Esta situação afronta os princípios da dignidade da pessoa humana, os direitos fundamentais à saúde e à vida, além de comprometer gravemente o exercício ético da medicina, conforme preceitua o Código de Ética Médica. Nós iremos atuar de forma ostensiva para que tenhamos uma solução urgente”, afirma Dr. Edmar Fernandes, presidente do Sindicato dos Médicos.
Diante da gravidade das informações, O Sindicato dos Médicos solicita a atuação imediata do Cremec e da SMS de Fortaleza para realização de fiscalização urgente nas dependências do HIF, além de esclarecimentos quanto à real capacidade do hospital frente à demanda recebida. A entidade solicita ainda que os órgãos adotem as providências éticas e legais cabíveis, diante do risco à vida de pacientes e das condições precárias de trabalho enfrentadas pelos médicos.
O Sindicato dos Médicos reforça seu compromisso com a categoria e se coloca à disposição em colaborar com as ações fiscalizatórias e com a apuração dos fatos.
Fonte: Comunicação do Sindicato dos Médicos do Ceará
