Após realização de visita, o Sindicato dos Médicos oficiou, na última sexta-feira (09), a diretoria do Hospital Municipal Dr. João Elísio de Holanda, em Maracanaú, solicitando esclarecimentos acerca de irregularidades na unidade de saúde, desde a infraestrutura inadequada à falta de medicamentos.
Na visita foi identificado que o sistema de prontuário eletrônico tem funcionamento instável com quedas frequentes. Há relatos de erro na ordem de chamada dos pacientes, o que tem provocado episódios de invasão de consultórios, expondo profissionais e usuários a riscos desnecessários. Na unidade faltam insumos e medicamentos essenciais, como dexametasona, plasil e salbutamol, o que compromete o atendimento emergencial adequado.
Foram constatados também problemas na triagem com erros na classificação de risco e uso de esfigmomanômetro descalibrado, infraestrutura precária com ausência de trancas nas portas, vazamentos em aparelhos de ar-condicionado e espaço físico insuficiente, o que obriga os profissionais a circularem por áreas comuns utilizadas por pacientes para acessar áreas de descanso e alimentação.
A unidade não possui aparelho de eletrocardiograma na emergência, faltam protocolos clínicos institucionais, além do setor de pediatria estar sobrecarregado, com alto fluxo de pacientes e registros de comportamentos agressivos por parte de acompanhantes, sem segurança suficiente para proteção dos profissionais.
Os profissionais que atuam no hospital enfrentam ainda irregularidades nos pagamentos. Médicos contratados via COAPH estão com atrasos salariais desde janeiro, já os contratados via pessoa jurídica (PJ), embora em dia, recebem valores brutos inferiores aos dos cooperados. Nos feriados, mesmo médicos PJ têm seus plantões pagos via COAPH, incorrendo no mesmo problema de atraso.
Diante da gravidade dos fatos relatados, a entidade solicita providências urgentes para sanar as irregularidades, garantindo condições adequadas de trabalho aos profissionais médicos e assegurando um atendimento digno à população usuária do SUS.
Fonte: Comunicação do Sindicato dos Médicos do Ceará
