Na última quarta-feira (26), o Sindicato dos Médicos do Ceará recebeu ofício da diretora médica do Hospital Infantil Albert Sabin (HIAS), Dra. Juliana Barros, em resposta à situação de colapso em que encontra-se o hospital. A direção apresentou o plano de redimensionamento de profissionais médicos e de leitos para o período de sazonalidade, e reiterou que tem tomado todas as medidas cabíveis para garantir o acolhimento digno às crianças.
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Segundo a diretora do HIAS, foram redimensionados quatro médicos para o Pronto Atendimento e Observação; oito médicos para o atendimento aos pacientes alocados na emergência; dois médicos intensivistas na sala de estabilização; dois médicos por turno na Unidade de Terapia Intensiva (UTI); dois médicos no núcleo de regulação para promover as transferências; e dois coordenadores médicos.
Dentro do plano de contingência, foram abertos 42 novos leitos de enfermaria, cedidos 40 leitos de retaguarda no SOPAI e, em breve, serão abertos oito leitos de UTI. Também como estratégia para minimizar o número de pacientes de baixa e média complexidades, a direção do HIAS informa que foi pactuada, junto à Secretaria de Saúde de Fortaleza (SMS), a destinação de cinco vagas pela manhã e cinco vagas pela tarde em dois postos de saúde, mas a ação não revelou mudança por conta da recusa das mães que preferem esperar para as crianças serem atendidas por pediatras.
Alta demanda
Segundo a direção do HIAS, o hospital passou a absorver pacientes clínicos de baixa e média complexidades que deveriam ser conduzidos para as Unidades Básicas de Saúde, UPAs e hospitais secundários com leitos de pediatria, atingindo o pico de 56 pacientes nos corredores da emergência no dia 26 de março.
Com isso, foi criado um plano de contingência ainda em agosto de 2022 para antecipar a preparação para o período de sazonalidade, que começa no final de fevereiro e se estende até meados de julho. Neste plano, foi criado um novo bloco com 21 leitos para pacientes crônicos. Além disso, foi inaugurada a UTI pediátrica, ampliando a capacidade de 12 para 16.
Em relação à demora dos atendimentos, o HIAS reforçou que trabalha com a metodologia Lean que organiza fluxos e garante o acesso de pacientes graves de forma preferencial, bem como adota a classificação Manchester para organizar a ordem de atendimento e direcionar os pacientes de baixo e médio riscos para as UBAS, UPAs e hospitais secundários.
Entre os fatores para a alta demanda de atendimentos pediátricos, o hospital cita: quadra invernosa intensa; encaminhamento de crianças doentes às creches e escolas; falta de adesão ao calendário vacinal; chegada precoce das viroses e mutações; e fechamento de unidades com leitos de internação secundária para crianças.
O Sindicato dos Médicos do Ceará reafirma seu compromisso com a categoria e reitera que se manterá vigilante ao cumprimento das medidas adotadas, assim como segue à disposição para auxiliar no que for possível.
Foto: Reprodução/CMFOR
Fonte: Comunicação do Sindicato dos Médicos do Ceará