Caucaia: em audiência, Ministério Público afirma que não irá aceitar modelo de contratação por meio de Sociedade em Conta de Participação
Órgão dá prazo de 10 dias para COAPH verificar mudança de contratação dos médicos

O Sindicato dos Médicos do Ceará participou, na última terça-feira (31), de uma audiência extrajudicial com o Ministério Público, na Promotoria de Justiça da Comarca de Caucaia, para tratar acerca do novo sistema de contratação dos médicos administrados pelo Instituto Nacional de Tecnologia e Saúde (INTS). Na ocasião, o Ministério Público ressaltou que não irá aceitar o modelo de contratação por meio de Sociedade em Conta de Participação (SCP), conforme aplicado pela Cooperativa de Atendimento Pré & Hospitalar (COAPH), atual gestora, e solicitou o prazo de 10 dias para que a cooperativa verifique a possibilidade de mudança de contratação.

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Durante a audiência, a gerente jurídica do Sindicato, Dra. Thaís Timbó, informou que não é possível imputar aos médicos uma forma de participação em que, futuramente, serão prejudicados, sem o recolhimento de impostos e contribuição previdenciária. A advogada também ressaltou que esse tipo de sociedade torna o salário dos médicos altamente defasado, chegando a R$ 900 por plantão, além de haver mudanças nos valores corriqueiramente.

A forma de contratação também foi questionada pela Promotora de Justiça, Margarida de Carvalho Barbosa, que alegou desvio de finalidade, uma vez que, os médicos são profissionais prestadores de serviço e não sócios investidores ou sócios ostensivos a serem pagos mediante lucros ou dividendos.

Ainda na audiência, os representantes legais da COAPH defenderam que a contratação por Sociedade em Conta de Participação é revertida de legalidade, mas que a cooperativa estaria estudando a possibilidade de mudança de contratação.

Já o secretário de Saúde de Caucaia, Zózimo Medeiros, que também participou da audiência, informou que há uma auditoria médica dentro do hospital, realizando uma gestão conjunta com o INTS, com o objetivo de sanar as irregularidades que possam surgir.

“Não podemos permitir que esse tipo de contratação prospere, pois, claramente, prejudica os médicos de Caucaia. Nosso objetivo é garantir que os profissionais tenham a devida segurança jurídica para o exercício da profissão, assim como tenham uma data fixa para o recebimento dos seus vencimentos”, afirmou Dra. Thaís Timbó.

O Sindicato dos Médicos do Ceará reafirma seu compromisso com a categoria e ressalta que está tomando todas as providências necessárias para garantir a regularização dos contratos de trabalho dos médicos de Caucaia.

Foto: Reprodução/Blog do Farias

Fonte: Comunicação do Sindicato dos Médicos do Ceará

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