Servidores municipais da saúde realizam ato no Paço Municipal para cobrar jornada de 32 horas
Os representantes dos sindicatos foram recebidos na Prefeitura de Fortaleza, que deu um prazo de 10 dias para analisar proposta

Os servidores municipais da saúde de Fortaleza realizaram, na manhã desta quinta-feira (19), um ato em frente ao Paço Municipal, no Centro, para cobrar pela jornada de trabalho de 32 horas. A manifestação contou com a presença de médicos, enfermeiros, odontólogos, técnicos e auxiliares em saúde bucal e em enfermagem da atenção primária, que paralisaram as atividades nos postos de saúde por 24 horas.

A mobilização foi deliberada após Assembleia Geral, que ocorreu no último sábado (14), em que os profissionais da saúde rejeitaram, por unanimidade, a proposta apresentada pela Secretaria Municipal da Saúde de Fortaleza (SMS), de que a partir do dia 1º de julho os servidores deveriam retornar às 40 horas semanais, com a educação permanente sendo feita dentro das unidades de saúde.

“Estamos em uma mobilização conjunta de todas as entidades, com uma presença massiva dos servidores que sofrem mais um ataque da gestão municipal, que ameaça tirar um direito histórico das categorias, que é o direito à educação permanente”, destacou a presidente do Sindsaúde, Marta Brandão.

Regina Cláudia, diretora setorial de saúde do Sindicato dos Servidores e Empregados Públicos do Município de Fortaleza (Sindfort), ressaltou que a mobilização é resultado de uma luta antiga, desde que foi concedido um horário para a educação permanente. “Depois de muita luta e paralisação, a secretaria da Saúde chegou a conclusão, através de um parecer da Procuradoria Geral do Município (PGM), de que não poderia mais conceder a redução de carga horária para os profissionais porque estavam em processo de improbidade administrativa e que,  a partir do dia 1º de julho, os profissionais deveriam voltar às 40 horas e a educação permanente ser feita dentro das unidades de saúde, onde nós sabemos que as unidades não oferecem sequer condições de permanência de trabalho, pelas condições físicas, a falta de insumo e falta de segurança”, criticou.

O vereador de Fortaleza, Danilo Lopes, participou da mobilização em apoio aos profissionais da atenção primária e ressaltou que está convidando os vereadores da oposição a se manifestarem em favor dos profissionais. “Como está havendo a união de todas as categorias, mostrando que ninguém admite mais perdas, já tem perdas salariais, perdas com a reforma da previdência e perda com a retirada do vale alimentação, e agora as retiradas das 8 horas, não se pode admitir isso. A atenção primária é a porta de entrada do SUS, e estamos na Câmara Municipal para mobilizar os vereadores para essa causa”, disse Danilo Lopes.

Comissão

Uma comissão composta pelos representantes de cada sindicato da Saúde, incluindo o Sindicato dos Agentes Municipais de Segurança Pública do Estado do Ceará, que também realizou ato nesta manhã, foi recebida pela secretária da SMS, Ana Estela; o chefe de gabinete do prefeito, Renato Borges; e o secretário da Sepog, Marcelo Pinheiro.

Após a saída da reunião, o presidente do Sindicato dos Médicos do Ceará, Dr. Leonardo Alcântara, destacou que ficou muito claro o posicionamento de todos os sindicatos de que quem precisa deliberar sobre a situação da jornada de trabalho dos servidores municipais é o prefeito José Sarto. De acordo com o Dr. Leonardo, também ficou decidido o tratamento isonômico para todas as categorias.

“Demos todos os instrumentos para o secretário do prefeito deixar o prefeito consciente de todas as demandas que a gente tem para que nos traga uma posição. A gente entende que essa posição não pode ser diferente da proposta que a gente está fazendo, que é simplesmente a manutenção do que já está”, afirmou Dr. Leonardo Alcântara.

Após a reunião com os secretários, os sindicatos oficializaram a minuta das propostas e vão aguardar um retorno da Prefeitura de Fortaleza dentro do prazo de 10 dias.

Paralisação

Uma nova paralisação foi decidida para o dia 31 de maio, às 9 horas, em frente ao Paço Municipal para cobrar pela resposta da prefeitura.

O Sindicato dos Médicos do Ceará reitera seu compromisso com a categoria e reforça a necessidade de união dos médicos para somar forças no movimento.

Galeria

 

Fonte: Comunicação do Sindicato dos Médicos do Ceará

Assine nossa newsletter

Fique atualizado sobre todas as notícias e oportunidades!