Alta demanda de atendimentos no Hospital Albert Sabin provoca ameaças aos médicos; Sindicato pede reforço na segurança
A equipe não está conseguindo acolher adequadamente diante aumento exorbitante do fluxo

A procura por atendimento pediátrico não para de crescer nas unidades de saúde em todo o Estado. Nesta época do ano, devido à quadra chuvosa, há um significativo aumento de doenças respiratórias e arboviroses, que tem acometido, principalmente, as crianças. Em Fortaleza, o Hospital Infantil Albert Sabin (Hias), encontra-se, nesta segunda-feira (02), com cinco crianças à espera de um leito nos corredores, e médicos estão sendo vítimas de ameaças pela demora do atendimento.

Profissionais do Albert Sabin relataram ao Sindicato dos Médicos que, diariamente, recebem ameaças de familiares de pacientes devido à demora do atendimento. Segundo eles, a equipe não está conseguindo acolher adequadamente toda a demanda por conta do aumento exorbitante do fluxo neste período de sazonalidade associado às viroses.

Médicos também informaram que o processo de funcionamento e assistência do sistema de Classificação de Risco, baseado no Protocolo de Manchester, utilizado na emergência do hospital, cujo objetivo é organizar a demanda de pacientes, está se tornando falho com a insuficiência de profissionais.

O sistema de classificação de risco permite ao médico e ao enfermeiro atender prioritariamente os pacientes em situações agudas ou de risco, garantindo segurança, humanização e qualidade a todos os pacientes que procuram a emergência. No entanto, de acordo com os relatos dos profissionais, os pacientes classificados como perfil “D” reclamam que os médicos não os atendem propositalmente e, por conta disso, recebem constantes ameaças.

“Os médicos do Pronto-Atendimento estão apavorados, e a população ameaça invadir. São 74 pacientes em tela e pacientes com 7 horas ou mais de espera para atendimento. Não temos segurança, sem policiamento, apenas segurança patrimonial”, relata um profissional que teve identidade preservada.

Propostas

Diante a gravidade da situação, que põe em risco o trabalho dos médicos, o Sindicato dos Médicos do Ceará encaminhou ofício, na última sexta-feira (29), à Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (Sesa) e à direção do Hias, cobrando urgência na contratação de mais médicos, reformulação pontual no fluxo de atendimento, e reforço na quantidade de profissionais de segurança.

O Sindicato também sugeriu deixar quatro plantonistas à tarde; colocar dois seguranças entre as portas de dois consultórios; deixar o quarto plantonista do Pronto-Atendimento para atender apenas os pacientes com perfil “D” para dar vazão ao fluxo.

O Sindicato dos Médicos do Ceará reafirma seu compromisso com a categoria e garante que tomará todas as medidas necessárias até que os médicos tenham condições dignas de trabalho.

Foto: José Leomar/Diário do Nordeste

Fonte: Comunicação do Sindicato dos Médicos do Ceará

 

 

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