Durante o pico da pandemia da Covid no Brasil, muito se falava sobre como médicos, enfermeiros e demais profissionais da saúde estavam exercendo um trabalho com excelência, mesmo diante das adversidades, da falta de EPI’s e do cansaço físico e mental. Nesse caso, a saúde e a segurança do trabalho para esses colaboradores passaram a ganhar ainda mais importância com as ações de prevenção ao contágio pelo novo coronavírus. No entanto, dois anos se passaram, mas a pergunta fica no ar: o que mudou? O profissional e a área, principalmente o setor público, estão sendo valorizados e reconhecidos como antes?
Celebrado anualmente no dia 7 de abril, desde 1950, o Dia Mundial da Saúde parte de um grande propósito: conscientizar a população a respeito da qualidade de vida e das variadas causas que podem afetar a saúde populacional. Mas, lhe pergunto, isso está sendo valorizado pelos governantes? Porque, segundo a Lei nº 8.080, de 1990, “a saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício”. A lei também destaca que, para que se tenha essa disposição, alguns fatores são determinantes, como: a moradia, a alimentação, o meio ambiente, o saneamento básico, a educação, o transporte, o trabalho, a renda, a atividade física, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais.
Porém, muitos destes fatores citados acima não são obtidos por boa parte da sociedade. E, se pararmos para pensar, o cenário dificulta diante de uma saúde tão precária. Apenas no mês de fevereiro, por exemplo, o Sindicato dos Médicos contabilizou 137 pacientes em corredores de hospitais do Ceará; ainda em janeiro de 2022, a quantidade de pacientes que estavam alocados em macas distribuídas nos corredores das maiores unidades de saúde do Estado foi ainda maior, em um total de 175 pacientes. Em dezembro de 2021, o número foi um pouco menor, 158.
Exemplos como os mencionados pelo Corredômetro são vistos diariamente no Brasil. Por isso, gostaria de saber: a quem interessa lembrar o Dia Mundial da Saúde, se o que a data celebra é esquecido diariamente?