Sindicato dos Médicos do Ceará rejeita nova proposta da educação permanente da SMS
Secretaria propõe que o tempo para estudos, da carga horária de 40 horas, passe a ser de 8 horas mensais

O Sindicato dos Médicos do Ceará participou, na manhã desta segunda-feira (21), da apresentação da nova proposta da Educação Permanente na Secretaria Municipal da Saúde de Fortaleza (SMS), no Centro. A proposta, no entanto, não agradou a categoria. Em frente à Secretaria, várias entidades sindicais da área da saúde também se mobilizaram contra a proposta.

De acordo com o presidente do Sindicato, Dr. Leonardo Alcântara, a proposta apresentada é inaceitável. “Essa reunião foi uma vergonha, o posicionamento da Secretaria foi uma vergonha, querendo colocar as categorias em contraposição, mas o que estamos vendo aqui desde o início é uma luta por isonomia. Todos nós estamos juntos nas unidades de saúde, um precisando do outro, e eles não vão conseguir. Esse discurso não vai vencer. O discurso da isonomia vai continuar e vamos lutar por esse direito”, afirmou o presidente.

Atualmente, os médicos do Programa Saúde da Família (PSF) possuem uma carga horária de 40 horas, sendo 32 horas para atendimento e 8 horas dedicadas aos estudos. Pela nova proposta, o tempo para estudos passaria a ser de 8 horas mensais, sendo 4 horas a cada 15 dias, e para servidores de 20 horas, seriam 4 horas mensais, sendo 2 horas a cada 15 dias. “A Prefeitura de Fortaleza vai na contramão de todas as práticas mais modernas da saúde pública quando reduz as horas dedicadas à educação permanente e desconhece a importância dessa educação para melhor assistência à população”, ressalta Dr. Leonardo Alcântara.

Direito

A coordenadora do Departamento Jurídico do Sindicato, Dra. Thaís Timbó, explica que a educação permanente é um direito que os profissionais médicos, dentistas, enfermeiros, agentes de endemia têm, que possibilitam a ter uma redução de 8 horas para estudo. “O que nós estamos querendo evitar, é que isso seja reduzido”, afirma a advogada.

O médico PSF concursado em Fortaleza, Dr. Bruno Benevides, defende a educação permanente. “É fundamental para que a gente se capacite, para que a gente renove os conhecimentos, já que a atenção primária depende de um cuidado ao longo dos anos, então tudo isso é política de valorização do SUS e a gente precisa ver isso continuado”, afirma.

Cláudio Ferreira, coordenador do Sindicato dos Odontologistas do Ceará (Sindiodonto), também rejeita a proposta. “Essa foi uma luta de 2013, em que as categorias fizeram uma grande mobilização, negociaram com o Governo o direito a educação permanente. O município agora, de uma hora para outra, quer arrancar um direito conquistado de uma forma abrupta”, critica.

O vereador de Fortaleza, Danilo Lopes, também esteve presente na frente à SMS nesta segunda-feira (21) e mostrou apoio às categorias presentes. “Essa é uma conquista que tem que ser assegurada, porque você valoriza, assim, a atenção primária que está tão sucateada em Fortaleza. Você valoriza o profissional que está há dois anos em uma pandemia trabalhando e correndo risco de vida”, disse.

AGE                                                                                                             

Nesta terça-feira (22), o Sindicato dos Médicos do Ceará realiza, às 12 horas, uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE) com os médicos servidores públicos ativos do Município de Fortaleza, ocupantes do cargo de Médico do Programa Saúde da Família (PSF). O objetivo é deliberar acerca da atual e futura situação do Programa de Educação Permanente e outros assuntos.

O Sindicato dos Médicos do Ceará reitera seu compromisso com a categoria e afirma que continuará trabalhando em prol da valorização e respeito com o trabalho médico.

Confira as fotos

Fonte: Comunicação do Sindicato dos Médicos do Ceará

Assine nossa newsletter

Fique atualizado sobre todas as notícias e oportunidades!