Médicos dos Gonzaguinhas, Frotinhas, SAMU Fortaleza e Hospital da Mulher realizaram, na manhã desta quinta-feira (10), uma manifestação, em frente ao Frotinha do Antônio Bezerra, em Fortaleza, contra a redução de cerca de 40% dos valores dos plantões médicos. A redução ocorre desde o dia 1º de fevereiro após a contratação da Cooperativa de Atendimento Pré e Hospitalar (COAPH) pela Secretaria Municipal da Saúde de Fortaleza (SMS). O protesto foi uma iniciativa do Sindicato dos Médicos do Ceará e contou com o apoio da população.
A alteração na contratação de médicos da rede de atenção secundária vem ocasionando uma série de problemas, com médicos entregando as escalas de plantão em protesto à redução salarial e, consequentemente, prejuízo aos atendimentos à população. Desde o primeiro dia que a COAPH assumiu os contratos, o Sindicato dos Médicos do Ceará recebe, diariamente, denúncias de escalas incompletas. “Esses médicos que eram contratados por Recibo de Pagamento Autônomo (RPA) recebiam um valor de plantão e esse valor, com a entrada da cooperativa contratada, foi reduzido drasticamente. Infelizmente, a Prefeitura de Fortaleza optou por essa desvalorização do profissional nesse momento atual ainda de pandemia”, explica o presidente do Sindicato, Dr. Leonardo Alcântara.
O presidente reitera que o Sindicato dos Médicos do Ceará já acionou todos os órgãos necessários, como COAPH, Prefeitura de Fortaleza, SMS e Ministério Público, para que a situação seja revertida. “Esperamos que a SMS reverta esse ato. Não é difícil para eles verem que esse contrato não está sendo cumprido. Temos aqui vários relatos e provas diárias de que as escalas estão incompletas”, afirma Dr. Leonardo Alcântara.
Durante a manifestação, a vendedora Priscilla Gomes chegou ao Frotinha do Antônio Bezerra em busca de consulta e reclamou do atendimento. “Cheguei antes de 07 horas, fiz todo o procedimento, mas precisava passar pelo acolhimento. Só fui atendida depois das 09 horas por conta da troca de plantão, e disseram que não tinha médico traumatologista, que eu esperasse pra ver se aparecia algum”, lamentou.
Sem equipe
O médico concursado do Frotinha do Antônio Bezerra, Dr. Samuel Oliveira, relatou preocupação com a atual situação. “Geralmente, dia de quinta-feira tem médico a mais porque teria o reforço do pessoal que vem de Messejana, mas no momento não está tendo equipe de prescrição, já puxaram um prescritor”. O médico também informou que, por conta da equipe incompleta, a troca de plantão deixou de ser às 07 horas e passou para as 08 horas. “Semana passada foi o momento mais crítico, porque a troca foi ocorrer por volta de 9h30”, disse.
A médica Dra. Neiva da Silva Gonçalves, que atuava como RPA no Frotinha da Parangaba, também esteve presente na manifestação e reclamou: “quero saber até quando a SMS vai aceitar isso que está acontecendo e não vai fazer nada. A gente não abandou o plantão, a gente está querendo trabalhar. Entregamos a escala em protesto, porque em uma época dessa de pandemia, que continua entrando pacientes com Covid e não recebemos adicional, a gente só quer receber o que já ganhava anteriormente”, disse.
O Sindicato dos Médicos do Ceará reitera seu compromisso com a categoria e reforça que não tem medido esforços para que esta situação seja resolvida o mais rápido possível, sem mais prejuízos aos médicos.
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Fonte: Comunicação do Sindicato dos Médicos do Ceará