O Sindicato dos Médicos divulgou, nesta semana, o resultado da pesquisa para avaliar o interesse dos profissionais da saúde em uma 3ª dose de vacina contra a Covid-19. O levantamento, iniciado no dia 20 de julho, contou com a resposta de 824 médicos. “A ação ocorreu após o recebimento de diversos questionamentos dos médicos sobre a eficácia do imunizante aplicado. No Ceará, a maioria dos profissionais recebeu a vacina Coronavac que, conforme os estudos de fase 3 realizados pelo Butantan, tem eficácia de 50,38%, a menor entre os imunizantes aplicados até o momento no país. A preocupação, no entanto, surge pelo fato dos médicos estarem mais expostos ao contato com o coronavírus”, pontuou o presidente do Sindicato dos Médicos do Ceará, Leonardo Alcântara.
Ainda no começo de abril, o Sindicato ajuizou ação na Justiça Federal para compra de vacinas contra Covid-19 para a categoria médica. Já no mês de junho, a entidade encaminhou ao Ministério da Saúde um ofício cobrando um plano de imunização estratégico aos profissionais da saúde em caso de necessidade de reforço da vacina. No documento, a entidade explicou que, diante da porcentagem da eficácia das vacinas que estão autorizadas no Brasil, torna-se necessário saber quais as estratégias e medidas que estão e serão adotadas quanto a uma eventual necessidade de uma terceira dose.
“Com o propósito de atender a demanda da categoria, o Sindicato saiu na frente e se propôs a ouvir o interesse dos médicos, em especial os que atuam diretamente na linha de frente no combate à Covid-19. Entretanto, vale ressaltar que nós não questionamos a eficácia de nenhum dos imunizantes aplicados, apenas defendemos uma proteção maior aos profissionais que estão se arriscando, assim como defendemos o avanço da vacinação para toda a população cearense”, ressaltou Leonardo.
Confira os resultados da pesquisa do Sindicato dos Médicos feita com os profissionais da categoria:
- 99,6% afirmam ter sido vacinado;
- 98,9% afirmam ter sido vacinado com a Coronavac;
- 80,7% não acredita que está protegido contra a doença após a vacinação;
- 87,3% tem interesse que o Sindicato dos Médicos atue para garantir uma terceira dose do imunizante;
- 95,9% tem interesse que o Sindicato dos Médicos atue para garantir um imunizante de outro fabricante;
- 47,9% dos profissionais acreditam que a Pfizer é o imunizante ideal para a categoria médica.
Estudos e aplicações no Brasil e exterior
Na América do Sul, Chile e Uruguai já iniciaram a vacinação de idosos com uma dose de reforço. Em ambos territórios, o imunizante aplicado na primeira etapa foi a Coronavac e, agora, vacinas de outras marcas estão sendo administradas, começando pelos grupos de idosos e de imunossuprimidos. Já em Israel, onde a vacina Pfizer/BioNTech foi uma das mais aplicadas, uma terceira dose está sendo aplicada também em imunossuprimidos e idosos.
Em setembro, Alemanha e França têm o objetivo de reiniciar a campanha de vacinação com reforço para os moradores com baixa imunidade, os mais velhos e os residentes de asilos de idosos.
Nesta semana, o Ministério da Saúde e a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) iniciaram um estudo para avaliar a eficácia de uma terceira dose em pacientes já imunizados com a Coronavac. De acordo com publicação no site da Unifesp, parte dos participantes receberá o mesmo imunizante e outra parte será testado com vacinas diferentes, podendo ser uma das outras três autorizadas em território nacional: AstraZeneca, Pfizer ou Janssen. Nesta quarta-feira (18), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que a terceira dose da vacina será aplicada, inicialmente, em idosos e profissionais da saúde. O ministro, no entanto, ressaltou que mais dados científicos ainda são necessários e não informou uma previsão de quando o reforço deve começar.
Fonte: Comunicação do Sindicato dos Médicos do Ceará