Cerimônia de transmissão do cargo de ministro da saúde

 

Escrito por

Dr. José Erialdo da Silva Júnior

 

Muito se fala da atual realidade da saúde pública brasileira e dos problemas da qualidade no atendimento do SUS. É de conhecimentos de todos que o SUS tem sido penalizado pela limitação orçamentaria, fechamento de leitos, falta de insumos e pela ausência de uma política séria de recursos humanos. Mas se somos conhecedores desta realidade, porque a saúde pública continua mal? A quem responsabilizar por todos estes problemas do SUS e pela ausência de soluções eficazes? Obviamente que a tarefa, que cabe a gestores de todas as esferas: Federal, estadual e municipal, não é nada fácil! Entretanto parece evidente e necessário o enfrentamento eficaz por parte destes gestores, o financiamento devido da saúde e o envolvimento dos profissionais de saúde, especialmente do médico. Médico que não compreendeu que foi sua acomodação histórica que fez com que ele tivesse pouca percepção das mudanças pelas quais o sistema de saúde passou e passa continuamente. 

 

Quando Arturo Castiglioni, historiador de renome do pensamento médico, afirmara que a Medicina forma parte essencial e fundamental da civilização moderna e que seu progresso representa o índice fiel do progresso social, ciência e arte, ele antecipou em pouco mais de 150 anos a essência transformadora do discurso da cerimônia de posse do Sr Ministro da Saúde do Brasil no ultimo dia 02.

A eloquência do discurso do recém-empossado Ministro Luiz Henrique Mandetta resgata as origens do próprio povo brasileiro. Ressalta a presença marcante e virtuosa de grandes mestres que direta e indiretamente contribuíram com exemplos de vida e profissionais, exortando as gerações futuras para agir com transparência e zelo com o legado.

O combate à corrupção e aos vícios tão entranhados na república brasileira é essencial para o sucesso da gestão em todos os seus níveis. O desvio de recursos, a prática execrável do clientelismo politico e a má gestão de recursos aleijam quaisquer projetos e torna natimorto toda a iniciativa para alterar e redirecionar a força motriz da política em saúde para fins virtuosos.

O respeito à Constituição e ao Pacto Federativo são indissociáveis e somente com diálogo, planejamento e o efetivo engajamento de uma equipe comprometida com a responsabilidade no trato da coisa publica, com qualidade técnica e muita persistência de propósitos para suportar o abrasivo combate ideológico que se dará em cada ação administrativa.

A adoção de uma gestão moderna, com o uso de indicadores de desempenho e o uso racional de recursos para alcançar o resultado máximo dos projetos de saúde, é a pedra angular para combater o subfinanciamento e o desmoronamento total e definitivo das politicas institucionais.

A árdua missão imposta aos atuais gestores é digna de Hércules, que ao cumprir as doze tarefas assegurou o seu legado e o espaço na Mitologia Grega.

Combaterão monstros e feras, reis destronados e falsas divindades da política brasileira e ainda sustentarão o peso do céu nos ombros. Enfim, a paz não será uma opção, mas lutarão o bom combate. Contem com o apoio das pessoas de bem.

 

 

Colunista

Dr. José Erialdo da Silva Júnior 
Cirurgião Oncológico – CRM: 7774

 

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